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Lostwinds.

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Posted 03/11/2015 by in iOS

Rating

Nota:
 
 
 
 
 

2/ 5

Plataforma: ,
 
Título: Lostwinds.
 
Publicador: Frontier Developments.
 
Desenvolvedor: Frontier Developments.
 
Duração Média: 3 horas.
 
Lançamento: 20/05/2008.
 
Resumo:

Lostwinds não é um daqueles jogos que tiveram seu enorme potencial arruinado por vários problemas técnicos. O que na verdade o limitou foi a ausência do desenvolvimento desse potencial. Ele deixa a impressão de que é apenas o inicio de uma ótima aventura. O que lhe falta, portanto, para realmente ser comparado justamente com uma grande franquia é o aprofundamento de suas mecânicas e enigmas, algo que esses grandes jogos sempre fazem com esmero.

by Rodrigo Lopes C. O. de Azevedo
Full Article

Lostwinds foi um dos jogos mais amados da plataforma digital do Nintendo Wii, chamada Wiiware, na época do seu lançamento. Graças a um estilo visual magnífico e uma jogabilidade prática e eficiente o pequeno jogo da Frontier alcançou um gigantesco status, sendo classificado como o “Zelda” do Wiiware, o que certamente garantiu a sua sequência e a versão para os dispositivos da Apple. Nessa transição, porém, por mais que o visual tenha permanecido inalterado, a estranha conversão da jogabilidade para a tela de toque quebrou um pouco a magia do original.

A história de Lostwinds nunca foi seu ponto forte. Ela conta a jornada do menino Toku enquanto ele percorre a terra de Mistralis tentando impedir que o espírito maligno Balasar renasça. Tramas parecidas já foram usadas à exaustão – principalmente na série The Legend of Zelda – mas ao contrário da franquia da Nintendo, ela é em momento algum explorada e, ainda por cima, sequer passa qualquer sensação de conclusão ao seu término. O personagem de Toku – ao contrario de Link, por exemplo – não consegue transmitir ao jogador qualquer resquício de personalidade e todos os outros habitantes da vila aparentemente estão lá apenas para mostrar que existem. Vários jogos, é verdade, não precisam de uma história para que sejam bem sucedidos, e Lostwinds de fato sequer se preocupa em contá-la, preferindo se focar mais na jogabilidade. Entretanto, mesmo contendo uma trama tão simples, o jogo consegue ainda pecar em seu clímax que, além de jamais se assemelhar propriamente a um – uma vez que não representa o apogeu do conflito da historia – ele não empolga, não a conclui e ainda abre várias tramas que provavelmente só serão tratadas na continuação.

Já quanto a jogabilidade, Lostwinds se sai bem melhor. Durante as breves três horas de jogo, o jogador não controlará Toku, mas Enril, um espírito do vento, e por intermédio de traços feitos na tela produzirá correntes de ar que irão movimentar o protagonista pelo cenário. Ou seja, se o objetivo do jogador é fazer Toku alcançar o topo de um íngreme rochedo a sua frente, ele somente precisará fazer vários cortes na tela de baixo para cima, fazendo assim com que o garoto voe até o rochedo. Essa mecânica é simples e gratificante, pois concede ao jogador um domínio maior do cenário, permitindo-o testar até onde consegue carregar o protagonista. Seu único contraponto é a decisão dos desenvolvedores de tornar toda a ação do jogo em tempo real. Na versão para o Wii o tempo parava brevemente nos instantes em que se fazia os traços na tela, como em Okami; desse modo, o jogador lançava um pedra para o alto com um risco vertical e calmamente fazia outro horizontal para arremessá-la contra uma porta. No Ipad, pela ausência da pausa temporal, essa simples ação se torna frustrante, pois o corte horizontal precisa ser feito antes que a pedra volte para o chão, o que é excruciante devido ao pobre reconhecimento das suas ações na tela de toque do tablet. E como Lostwinds é um jogo que preza por seus quebra cabeças e não pela ação, esses momentos destoam do ritmo lento da aventura sempre que aparecem.

Em se tratando dos puzzles, Lostwinds agrada, mas jamais aprofunda suas ideias.  A dificuldade dos enigmas é sempre bem básica, não ultrapassando, por exemplo, a dos enigmas de um primeiro templo de qualquer jogo da série The Legend of Zelda, se limitando, portanto, a mover pedras para cima de botões que abrem portas. E quando pretendem aumentar a dificuldade, os desenvolvedores somente aumentam o número de pedras, botões e portas.

Sua apresentação, por outro lado, é belíssima: seu estilo de arte impressiona devido ao extensivo uso de cores vivas, fortes e vibrantes, as animações são naturais e convincentes e a trilha sonora, mesmo que aparentemente limitada a apenas três faixas (exploração, combate e tema inicial), é bela  e –  ela sim – condizente com o ritmo lento do jogo.

Lostwinds não é um daqueles jogos que tiveram seu enorme potencial arruinado por vários problemas técnicos. O que na verdade o limitou foi a ausência do desenvolvimento desse potencial. Ele deixa a impressão de que é apenas o inicio de uma ótima aventura. O que lhe falta, portanto, para realmente ser comparado justamente com uma grande franquia é o aprofundamento de suas mecânicas e enigmas, algo que esses grandes jogos sempre fazem com esmero. Por mais que a ausência da pausa no momento do uso do espírito do vento atrapalhe na versão dos dispositivos da Apple, o que realmente limita Lostwinds não é sua execução técnica, mas a escassez de continuidade de seu conteúdo.

por Rodrigo Lopes C. O. de Azevedo.

Publicado originalmente em 21 de Setembro de 2011.

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Rodrigo Lopes C. O. de Azevedo


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