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God of War: Chains of Olympus.

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Posted 03/17/2015 by in PS3

Rating

Nota:
 
 
 
 
 

2/ 5

Plataforma: ,
 
Título: God of War: Chains of Olympus.
 
Publicador: Sony.
 
Desenvolvedor: Ready at Dawn.
 
Duração Média: 4 horas.
 
Lançamento: 04/03/2008.
 
Resumo:

Os desenvolvedores foram bem sucedidos em manter em God of War: Chains of Olympus o escopo gigantesco usual da franquia, porém deixaram de manter relevante o seu ponto mais importante: sua jogabilidade. A franquia precisa sempre ser maior, no sentido de conter mais inimigos, mais armas, mais detalhes e novidades. Por motivos que só podem ser especulados, Chains of Olympus oferece o contrário. Ele oferece menos.

by Rodrigo Lopes C. O. de Azevedo
Full Article

A franquia God of War é, em grande parte, baseada no espetáculo. Seus três primeiros títulos ostentavam cenários gigantescos que continham titãs, monstros e deuses travando batalhas e o protagonista Kratos desmembrando seus inimigos em uma coreografia feroz. Mas eles também demonstravam considerável cuidado em evoluir o sistema de combate, seja adicionando novas armas e magias ou aumentando a quantidade de inimigos que exigem táticas próprias para serem derrotados. Chains of Olympus marca a primeira empreitada do Estúdio Santa Monica, em parceria com a Ready Dawn Studios, para levar a franquia para um portátil. Entretanto, ao contrário do que se imaginaria, em vez do escopo diminuir para caber na modesta tela do PSP, foi o combate que acabou sendo simplificado.

O enredo de Chains of Olympus transcorre anos antes dos eventos do primeiro jogo e tem o intuito de solidificar a confiança de Kratos nos deuses do Olimpo. A história inicia com o espartano sendo enviado para defender a costa de Ática, na Grécia, de invasores persas. Após a batalha, Kratos observa o Sol desabando do céu e o mundo sendo envolto pela escuridão. Atena, então, o encarrega de encontrar Hélio, o deus do Sol, e salvar a humanidade.

A trama começa fraca. A batalha por Ática soa como um evento aleatório: Kratos já vivenciou milhares de guerras, o que deixa a impressão de que Ática foi apenas uma delas – nem a mais empolgante, nem a mais difícil ou até mesmo relevante. Já no momento em que a Grécia é tomada pela escuridão, o enredo começa a ficar mais instigante: o desaparecimento do deus Hélio é o primeiro mistério a surgir e a partir daí o protagonista começa a enxergar o fantasma de sua filha pelo cenário. Porém, é apenas no clímax que a história de Chains of Olympus realmente se justifica, ao contrapor o eterno desejo do protagonista de reencontrar sua família com sua natureza destrutiva. O trágico destino de Kratos fica claro para o próprio personagem: o espartano está fadado a ser um herói, mas também a ser um monstro.

Sua jornada até os Campos Elísios é breve. Os desenvolvedores optaram por não diminuir o tamanho dos cenários, apresentando localidades que impressionam pelo seu escopo mesmo em um portátil; a região de Tártaro, com seus diversos titãs acorrentados em gigantescas montanhas ilustra bem esse aspecto. No entanto, por mais que os cenários deslumbrem o jogador, eles surgem por muito pouco tempo, visto que campanha pode ser terminada com 100% em apenas quatro horas.

Mais grave, no entanto, é a injustificada redução de complexidade na jogabilidade. A ação em God of War já era simples, baseando-se em poucos combos que misturam ataques de curto e longo alcance com agarrões e magias. Dessa forma, o ponto do combate deriva das brutais animações em que Kratos arranca as tripas de seus inimigos com as Lâminas do Caos e da diversidade de inimigos, já que cada um exige uma mudança na forma de mesclar os ataques para se alcançar a vitória. Por esse motivo, cada jogo necessita apresentar novas magias, novas armas e novos inimigos para se manter relevante. Chains of Olympus falha nesse aspecto e ainda tenta esconder que não apresenta nada de novo ao mudar, de forma fútil, a aparência dos monstros antigos. Afinal, uma medusa azul continua sendo uma medusa; e, se ela não mais petrifica seus inimigos, isso somente a torna uma medusa menos perigosa.

Além de maquiar as criaturas, os desenvolvedores ainda excluíram mecânicas que já funcionavam, como a habilidade “Fúria dos Deuses” (Rage of Gods) que ampliava a força de Kratos após muitas batalhas bem sucedidas – combos bem realizados carregavam uma barra que podia ser esgotada a qualquer momento para aumentar tanto o poder de ataque quanto o de defesa do espartano. Até mesmo a quantidade de armas secundárias diminuiu, voltando para apenas uma – “A Manopla de Zeus” (The Gauntlet of Zeus). Já os desafios liberados ao término da campanha foram reduzidos dos habituais dez para cinco e os sempre interessantes vídeos de making of perderam sua relevância ao se limitarem a exibir artes conceituais em sequência sob um único fundo musical.

God of War: Chains of Olympus é bem sucedido ao manter o  grande escopo da franquia, porém deixa a desejar no constante ao seu sistema de combate. God of War, da forma com que é estruturado, precisa sempre ser maior a cada título, no sentido de conter mais inimigos, mais armas, mais detalhes e novidades. Por motivos que só podem ser especulados, Chains of Olympus oferece o contrário. Ele oferece menos.

por Rodrigo Lopes C. O. de Azevedo.

Publicado originalmente em 08 de Agosto de 2014.


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Rodrigo Lopes C. O. de Azevedo


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